E a vida passa...

Nas coisas pequenas, assim como nas grandes, muitas vezes reconhecemos o valor das pessoas.

Talvez, eu represente somente mais um que parte, mas na partida deixarei saudades, levando o meu agradecimento. Coloquei a Mochila nas costas e sai antes que pudesses dizer uma ou duas palavras. Bati a porta e sumi, logo após a primeira curva da estrada. Nos olhos, milhares de lágrimas contidas ameaçavam saltar para fora a qualquer momento. O problema é que eu sabia demais. Sabia sorrir, brigar, escrever, amar, contar histórias, chorar baixinho e ouvir as melhores músicas. Além disso, sou uma mistura de elementos doces, ásperos, cítricos e delicadamente aromatizados. Sei bater o pé, impor minhas vontades, perder a compostura e ainda assim manter aquele olhar inexplicável. Maldito olhar, maldito sorriso. Eu tinha caído em todas as armadilhas, sem exceção. Um corte sem cicatriz, que vez ou outra sangra e inflama, a cada inflamação, o fogo cortante partia as minhas vísceras, mas eu sabia como sobreviver, apesar de ferido. Ferido e sem o sentimento que eu queria. Talvez nem nos reconheçamos daqui alguns longos anos, mas valeu a pena a experiência de termos compartilhado momentos que ficarão para a vida toda. Lamento por não seres mais o mesmo e por não gostares mais de mim e de minha  companhia.